O Prefeito de Iepê Murilo Nóbrega Campos assinou o Decreto nº 3/2024, que declara situação de emergência em toda a extensão territorial atingida pela estiagem prolongada e altas temperaturas.
A situação de anormalidade foi comprovada de acordo com laudo apresentado por engenheiros agrônomos da Casa da Agricultura do município, que atestaram o baixo índice pluviométrico, além das temperaturas elevadas registradas, ocasionando perdas significativas em todos os setores do agronegócio e pecuária.
De acordo com os levantamentos realizados pelos engenheiros agrônomos Humberto Evangelista Pires e Rogério Carlos de Souza, não chove significativamente no município há mais de um mês e tal escassez de água, aliada às altas temperaturas, causaram danos severos em algumas culturas, especialmente soja e cana-de-açúcar, que contabilizarão déficit financeiro ao concluir as colheitas.
Os engenheiros apontam que, no município, foram registradas algumas chuvas esparsas, com volumes não significativos, e que, devido às temperaturas muito elevadas, não foram suficientes para garantir o desenvolvimento vegetativo das plantas, causando morte e também prejudicando o florescimento, a formação de vagens e o enchimento de grãos, no caso da soja.
Em alguns dias, as temperaturas máximas, registradas oficialmente, chegaram a atingir 41,4ºC, com sensações térmicas de 3 a 4 graus maiores, conforme análise do Centro Integrado de Informações Agrometeorológicas (CIIAGRO).
Segundo o laudo de constatação encaminhado pelos engenheiros ao Executivo, por Iepê ser um município essencialmente agrícola, há a preocupação com o impacto que essa interferência do clima pode causar na economia local, sendo que a maioria dos produtores, sejam grandes ou pequenos, já acumulam déficit financeiro de outras safras frustradas. Alguns dos produtores de soja já fizeram a comunicação de ocorrência de sinistro junto às empresas seguradoras e muitos nem sequer possuem seguro.
Com base no documento, a Prefeitura providenciou o decreto, pois a estiagem acarreta expressivos prejuízos econômicos e sociais, com intensidade no que diz respeito à redução na produção de leite e bovinos de corte e redução de alimentos nas propriedades rurais, totalizando perdas significantes, bem como a possível frustração de boa parte da safra agrícola, impossibilitando que os agricultores cumpram seus compromissos de financiamento dos cultivos, com situação de alerta e endividamento no comércio de insumos local, bem como reflexo para a economia urbana.
A administração municipal destaca que a quebra na produção causará efeitos negativos a todos os setores que dependem direta ou indiretamente da agricultura e da pecuária, efeitos que acabarão por atingir a Prefeitura, em especial nas áreas de ação social e saúde, restando caracterizar a situação de emergência.